" Foi apenas um sonho" me surpreendeu em pretensão. Nos anos 50, um casal visionário, preso na rotina de uma cidade de interior. Onde o dia a dia do casal, cada vez mais sufoca os sonhos do passado, dando espaço a vidinha com base familiar, tradicional e segura. E o bacana é que todos os impulsos malucos pela busca da realização pessoal vinha da mulher, que naquele ano o seu papel era basicamente o de boa esposa. A mulher que apoia e cuida da casa, dos filhos e da familia. Vanguardista o papel de Kate Winslet, que tornou sua fome pelo sonho em tormento, em vazio desesperado.
Gosto dos diálogos do filme. E quando eles se comparam a loucos, por tentar seus sonhos.
Após asssitir ao filme de Sam Mendes ( Leia-se diretor de Beleza America / Away We Go) me bateu aquela vontade louca de revirar o baú de desejos um tanto quanto empoeirados de me mudar para o exterior, de morar na praia ou de abrir um negócio. Acabamos sendo tão cômodos quanto práticos adiando nossos sonhos e relevando nossas vontades. E tudo isso me faz pensar que pode ser muito cedo para algumas aspirações ou tarde demais para outras.
Me resta apenas estender as mãos e pegar o que alcanço. E posso. E, por que não, mereço ?
O final do filme, me deu a sensação de "preço" . Tudo na vida tem sua contrapartida. As vezes esperada, as vezes indigesta e pesada.
Querermos o diferente do que se tem. Querermos algo novo. Por que não dar vazão a esse devaneio ?
Se foi apenas um sonho ou se um dia será realidade : Isso só o tempo nos dirá.