quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Onde.

Onde parou a vida que seguia. No mar, na água em outro dia.
O que passou e fica onde está. Intocável pedestal que tudo jaz. 

Onde os anos diriam que seguia. E aconteceu, não foi outro dia?

sábado, 19 de novembro de 2011

Fim de tarde

Eu gosto mesmo é quando o vento entra pela janela, derrubando as pequenas coisas da estante, fazendo com que o voil da cortina deslize em seu mais lindo balé. 



sexta-feira, 28 de outubro de 2011

De volta ao futuro

Quando o passado fica atual.


Crescer II

27/03/08
Muitas vezes me sinto como se tivesse já nascido envelhecida, cheia de saudades.
E trato todo meu passado como parte do que sou hoje. Porém, que eles continuem empoeirados.
Guardados em minhas caixas de fotos amassadas e poemas em guardanapos de papel.
Apenas retiro toda aquela bagunça, quando a nostalgia já dormiu em mim.
Por que gosto.
Não de viver coisas passadas, ou de remoer antigos dramas. Mas por que sou EU. Tudo que senti. É o alimento pra eu viver o que sou hoje. Melhorada ou batendo em mesmas teclas de erros, posso me justificar.
E sinto como se você já fosse meu passado.
Mas não por que te perdi. Mas por que te poetizo a todo momento.
Por gosto de nossos silêncios, de nossos excessos.
Gosto da dúvida que causa em mim.
De sua companhia desavisada, quando queria estar sozinha. De tua falta, quando te preciso.
De tua sobra de observaçoes, que vc guarda pra você .
De tua falta de mimos, que você guarda pra mim. ( Mas nunca vejo)
O meu humor oscilante que nunca sei se vai ser aceito ou repugnado com adeus dolorido.
Ligações afetivas, sucintas, claras, melosas. Não atendidas (essa não me lembro...) .
Sempre esteve, está, pra mim ou pra que estou sentindo. Mas nunca tive colo, e precisei.
Como preciso de tantas coisas, pois sempre estou coberta de urgências, de egocentrismos, que você na mais sublime postura de VIVER PRA VC MESMO me deixa, assim.
Como uma exilada em meio a tanto sentir. Vivendo de minhas sensações.
- Egoísta!!
Grito internamente.
Mas se estou viva em seu diário. E faço parte de seus planos a mais curto prazo como: CINEMINHA NO DOMINGO, MISSO SHIRO DA SEMANA, REUNIÃO COM OS AMIGOS, SEXO NO ENTARDECER, FAXINA DO SABADO, CASAMENTO DE SUA IRMÃ, VIAGEM DE FIM DE ANO.
E isso me faz tão importante que te guardo no melhor de meus espaços na caixa velha empoeirada. Por afinal, uma pessoa que se zela tanto, estaria fazendo com uma pessoa que não lhe causasse as melhores sensações?

domingo, 3 de julho de 2011

Blue Valentine



Todo amor começa como algum sal de frutas, vem para curar aquela dorzinha ansiosa pelo sentir mais sublime. E assim suas borbulhas que agitam toda água em um sonoro xiiiiiiiiiiiiiiiiii  ...
Tá viajei.

Só queria dizer que todo amor começa assim todo agitado, afoito e bom .
A partir de toda vontade que nos mantém próximos, e mantém, por afinidades, objetivos, sexo bom, planejamento, com o tempo ( ó tempo! ) a agitação afoita e o bom, dá espaço a rotinas embaraçosas e comodismo ( blah) .

Sim, eu queria falar sem generalizar, pois tenho amigas felizes no casamento, e com filhos, talvez uma casinha na praia, com mais ou menos idade do que eu, e voltando ao sim, quero falar que amor não é linear e presente a todo momento!

Vão existir os dias de fúnebre olhares trocados e diálogos com poucas palavras.
E salve o computador e a internet que nos ocupa, ao invés de tentarmos sociabilizar na sala, na cozinha, ou na cama.

E os dias de risada arrastada e sexo bom. Trarão a nostalgia de que todo dia podia ( e já foi ) assim.
Mas namorar é muito fácil.
É lindo seu amado no estrelismo do momento com medo de velocidade, vento frio ou altura.
Depois de casados, vira frescura insuportável e estopim de crítica, indiferença, indigestão.

Mudamos? Sim. De casa. De estado cívil. De tato.
Tolerância ? Nada. Sem diplomacia. Nos mostramos. Do avesso, de lado, de frente, nas unhas e nos dentes. Desgostosos. Casou, me aceite. Cansou? Não.
A recíproca é verdadeira.
Estamos acostumados demais para encarar o novo. Ficamos assim mesmo. Esperando passar. Ou voltar onde nos perdemos.

Falei de mim. Mas é sobre o filme.

Quando as vontades persistem

Fiquei minutos pensando como começar. 
Por que se todo começo tem seu fim. 
E nem tudo vale a pena.

Olhei pra tanto que caminhei, 
Onde eu vim, O que fiz.
E de tudo me vale, que no fim poderei ser alguém.
Continuada em alguém.

Ter filhos, para mim.
Uma vontade.
Interrompida.
Imediata. 

Me vejo em busca, daquilo que sinto. 

E tantas vezes deixei de viver.
O momento perfeito. Dentro da vontade que insiste. 

Amor. 

Olhei retratos sem mim.
Onde estava naquele momento ?

Vou viver tudo que tiver de viver. 
Vamos.

Então espero por momentos que comecem. 
Pois quero ver, como esta história irá acabar. 

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Vazio desesperado


   " Foi apenas um sonho"  me surpreendeu em pretensão. Nos anos 50, um casal visionário, preso na rotina de uma cidade de interior. Onde o dia a dia do casal, cada vez mais sufoca os sonhos do passado, dando espaço a vidinha com base familiar, tradicional e segura. E o bacana é que todos os impulsos malucos pela busca da realização pessoal vinha da mulher, que naquele ano o seu papel era basicamente o de boa esposa. A mulher que apoia e cuida da casa, dos filhos e da familia. Vanguardista o papel de Kate Winslet, que tornou sua fome pelo sonho em tormento, em vazio desesperado. 
Gosto dos diálogos do filme. E quando eles se comparam a loucos, por tentar seus sonhos. 
   Após asssitir ao filme de Sam Mendes ( Leia-se diretor de Beleza America / Away We Go me bateu aquela vontade louca de revirar o baú de desejos um tanto quanto empoeirados de me mudar para o exterior, de morar na praia ou de abrir um negócio. Acabamos sendo tão cômodos quanto práticos adiando nossos sonhos e relevando nossas vontades. E tudo isso me faz pensar que pode ser muito cedo para algumas aspirações ou tarde demais para outras.
Me resta apenas estender as mãos e pegar o que alcanço. E posso. E, por que não, mereço ?  
O final do filme, me deu a sensação de "preço" . Tudo na vida tem sua contrapartida. As vezes esperada, as vezes indigesta e pesada. 
Querermos o diferente do que se tem. Querermos algo novo. Por que não dar vazão a esse devaneio ? 

Se foi apenas um sonho ou se um dia será realidade :  Isso só o tempo nos dirá. 

domingo, 19 de junho de 2011

Quando paramos no meio do caminho

Delicia de escrita. Não para não. Não para nunca.
Sem nome, com nome antigo ou novo, é muito bom ler o que você escreve amiga. 
Continue. Com uma frase, ou muitos parágrafos. Mas não deixe ir embora essa vontade única de colocar em letras o que no pensamento voa!



As vezes a vontade surge. Mas o cansaço, preguiça, afazeres, a faz ir embora. 
As vezes um incentivo, nos faz olhar para nós mesmos.
E observamos o quanto estamos perdendo da vida. 


Que seja em guardanapos de barzinho, em contracapa de agenda, em blogs, em emails, cartas ou cartões de aniversário. 


Não deixarmos a vontade sufocada pela rotina é um desafio.



domingo, 24 de abril de 2011

O dia em que o tempo morreu.

Horas no domingo a fio.
Eu achava que era as 17 .
Mas começou a escurecer e vi que o relógio tinha parado.

Dai pensei que o tempo tinha morrido mesmo.
Mas esse dia eu era bem pequena.
Dentro, no espaço que minha mãe me deu.

O tempo todo que eu tinha, começou a se esvair dali.
E vai embora a toda hora. Todo, todinho, na hora.
Hoje já perdi o domingo.
Dia desses foram trinta anos.

Enquanto o tempo perde. Encontramos sentidos. Sentir .

domingo, 10 de abril de 2011

Músicas do domingo


Dancei ! 






Chorei . 

Deu branco ...

Me lembro agora que os bad boys sempre me atrairam. E colecionei nomes e histórias de típicos cafajestes. Não que tenha me relacionado com eles, mas de alguma forma platônica ou real, sim. Todos fizeram parte da construção do meu esteriótipo do homem "ideal para mim":
- Aquele que matava aula na oitava série para cabular aula e jogar futebol na pracinha, ali ao lado.
- Os que participam dos grêmios revolucionários achando que sua voz mudaria o mundo. Anti capital. Anti social. Anti coca cola.
- Os músicos, artistas, tatuados universitários, os que enchiam a cara e escreviam poesias em guardanapos.
- Os new hippies que acampavam e tocavam violão.
Qualquer tipo que nossos pais desaprovariam.

Mas nenhum deles, me instigavam.
Quando o relacionamento começava a ficar sério, eu também perdia a graça.
Não queria mais nada. Largava tudo. Sonhos, sogra, escova de dente. Tudo.

E partia em busca de minha solitude.

Minhas amigas todas me diziam que me casaria com um homem totalmente diferente de mim: um certinho. Contido. Comedido. Analítico. Pés no chão.

Me imaginei casando, de branco, no altar.
Flores, véu, grinalda, lua de mel.
Casa, conquistas filhos.
Mas esse homem deveria caber na forminha que criei para ele.
Durante todo esse tempo.
Deveria ser meu bad boy!

Foi quando em um momento desprevenido, conheci meu marido.
Com um encaixe nada dentro daqueles dogmas de homem ideal para mim.
Seu jeito calmo e despretensioso de quem queria uma aventura com uma menina meio maluquinha.
E todo frisson da conquista foi se estacionando num estar tão acalantador, que fomos ficando, ficando, namorando na mesma cidade, namorando a distancia, morando junto em kitnet apertadinha, morando junto em apartamento maior, comprando apartamento, pagando as contas, dividindo sonhos, sonhando com futuro em comum, fazendo planos diferentes e deixando pra resolver depois, por que a vida é só agora.

E eu não casei de branco.
Alias nem casei. Fiz contrato!
Mas ele é o homem com quem hoje divido meus momentos, e é bom.
Se um dia rolar de casa bonitinho, com família e festa e benção e lua de mel, vai ser ótimo!

É bom não pensar em formato pré definidos de vida.
No final das contas não temos manual a seguir, não é mesmo ?







terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Até o fim

Chico Buarque :
Como sempre dizendo o que gostaríamos de ter dito antes .

Até o Fim
Composição: Chico Buarque

Quando nasci veio um anjo safado
O chato do querubim
E decretou que eu estava predestinado
A ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim
"inda" garoto deixei de ir à escola
Cassaram meu boletim
Não sou ladrão , eu não sou bom de bola
Nem posso ouvir clarim
Um bom futuro é o que jamais me esperou
Mas vou até o fim
Eu bem que tenho ensaiado um progresso
Virei cantor de festim
Mamãe contou que eu faço um bruto sucesso
Em quixeramobim
Não sei como o maracatu começou
Mas vou até o fim
Por conta de umas questões paralelas
Quebraram meu bandolim
Não querem mais ouvir as minhas mazelas
E a minha voz chinfrim
Criei barriga, a minha mula empacou
Mas vou até o fim
Não tem cigarro acabou minha renda
Deu praga no meu capim
Minha mulher fugiu com o dono da venda
O que será de mim ?
Eu já nem lembro "pronde" mesmo que eu vou
Mas vou até o fim
Como já disse era um anjo safado
O chato dum querubim
Que decretou que eu estava predestinado
A ser todo ruim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim


SALVE CHICO !

sábado, 15 de janeiro de 2011

Cisne Negro (Black Swan)


Excelentes indicações e boas críticas a respeito é a prévia que eu tinha do filme.
Não sabia que se tratava de balé (acho lindo filme de dança), mas por se tratar de Natalie Portman encarei na melhor da ambição. Mas confesso, sempre ficar um pouco frustada quando minha expectativa é grande.

Minhas impressões positivas foram :

- Super "slim", uma digna bailarina, é vísivel a preparação física e técnica de Natalie Portman. Que ficou linda, magra, bailarina, louca, confusa, nesse filme.

- Vincent Cassel ( marido lindo da tão linda quanto Monica Bellucci, que atuam juntos no polêmico Irreversível )

- A cena pra lá de sensual, agressiva e viajante entre Natalie Portman e Mila Kunis .

A trama principal, Nina ( Natalie) uma bailarina um tanto quanto frágil e indefesa que vai além dos seus limites para conquistar seus objetivos. Ela ficou tão envolta de influências externas e sua psique aterrorizada com a ideia de ser perfeita em sua atuação. Esquizofrenia ? Bulimia ? De tudo um pouco. Mas faltou. Na verdade acho que o roteirista se perdeu entre as perversidades e patologias dos personagens:

- Mãe (Barbara Hershey) que se abdica da paixão pela dança para cuidar de sua filha e projeta nela suas conquistas artísticas. Além de sua relação super protetora e incestuosa com a filha ( Incestuosa foi impressão minha ? Ou mais alguém viu isso também ? )

- Diretor artístico (Vincent Cassel ) que a envolve em um jogo de sedução assim como as outras bailarinas, prepotente e "Don Juan" .

- Mila Kunis é sua concorrente no papel principal do espetátulo, e na verdade um me confundi um pouco na posição do personagem, ora pacífico, ora ameaçador .

- Winona Ryder faz o papel da bailarina que se aposenta para dar espaço a uma nova estrela (Natalie) papel medíocre e com poucas aparições. A parte engraçada fica na cena em que Natalie rouba umas peças do camarin da bailarina veterana ( papéis trocados ? ahahahaa ) . Maldade minha. Winona já me divertiu muito nas telinhas e acho que merece um papel de destaque nos seus próximos trabalhos.

É isso. Apesar de ter ficado com gosto de "pouco", se querem minha opinião : Assistam!!
Não haverá arrependimento.